quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Melhorias na Irrigação por Gotejamento


A irrigação por gotejamento fornece água perto da base da planta, deixando a parte superior da folhagem seca e menos suscetível a fungos.

A vantagem de se utilizar a irrigação por gotejamento é, basicamente, o controle. Esse método de irrigação é preciso e econômico. Um aspersor de grama comum, por exemplo, pode medir a vazão de água em litros por minuto - um valor em torno de quatro e dezenove é o normal. Um gotejador, por outro lado, é classificado em litros por hora. A vazão de água é tão vagarosa que é facilmente absorvida pelo solo. Em um sistema bem ajustado, há pouca probabilidade de excesso de escoamento de água e desperdício.


[As ilustrações e a legenda acima foram retiradas do site http://casa.hsw.uol.com.br/irrigacao3.htm ]


A irrigação apropriada para pomares pequenos é o sistema de gotejamento, que foi idealizado em Israel para economizar água, empregando gotejadores específicos. Depois foi adaptado em Xique Xique (BA) mostrando-se bastante funcional, sendo atualmente divulgado pela CEMIG.

Para o gotejamento não há necessidade de bomba para dar pressão; usa a queda natural de um depósito a 3 m de altura ou mais.


O sistema XIque Xique é mais barato e prático, pois dispensa os gotejadores, usando apenas os furinhos no tubo plástico PVC de ½ polegada e 2 mm de espessura, protegidos por cima com uma capa do mesmo tubo, com 10 cm e cortado longitudinalmente para não esguichar e só gotejar.


Uma nova adaptação, feita pelo engenheiro agrônomo Arnaldo Mendes Amaral, de Uberaba (MG), é um aperfeiçoamento visando facilitar ainda mais.


Emprega, no lugar de gotejadores ou das capas nos furinhos, tubetes feitos de fio elétrico de 2,5 mm (capa dupla por ser mais duro que o simples) retirando o miolo de cobre, enfiados nos furinhos dos tubos de PVC, tamanho de 30 cm cada um para poder ser direcionado ao pé de cada planta, pois sendo menor esguicha e não obedece direção e, dessa forma ainda evita o bulbo localizado.


Esses tubetes podem chegar a 4 m, conforme já foi experimentado, mas fica mais difícil de retirar o miolo de cobre.


O sistema de gotejamento continua o original; a pressão é livre e a vazão é baixa mas suficiente, cerca de 20 litros por hora em filete ou fio de água com a caixa/depósito cheias, em nível ou pequeno aclive da linha principal, que deve ter bitola maior (3/4).

Pode-se usar até 50 tubetes.


Não há emprego de filtro, pelo que não é conveniente deixar o depósito abaixar da metade, a fim de evitar sujeira e não diminuir a pressão. Para desentupir é só retirar o tubete do furinho, soprar e recolocar. O furinho é feito na parte de cima do tubo, usando vazador de sapateiro nº 2.


Com o passar do tempo e o calor do sol, o tubo de PVC tende a apertar o tubete, podendo formar um gargalo diminuindo assim a saída da água. Talvez então seja preciso virar o tubete ou cortar a pontinha. Outra solução é usar nos furinhos pequenos pedaços (1,5 cm) de metal vazado, que pode ser tubo capilar, medida 0,50 empregado em refrigeração.


A saída da linha principal para as derivações, já em uso em número de 12, distanciadas 10 m, é feita com auxílio de registros de gaveta de ¾, que dão maior saída/vazão do que torneiras: derivações de 100 m; área de 1 ha.


Não foram testadas as distâncias máximas possíveis a pleno funcionamento.

O tubete pode ser substituído pelo “spagueti” comum, esse usado em cadeira tubular de jardim, vendido em rolo com 2 Kg (100 m), o qual por ser mais grosso precisará de conexão e a ponteira.


É conveniente adaptar na caixa o dispositivo automático liga/desliga, que é a “bóia de nível” (com chave auxiliar para motor mais potente), destinada a manter o nível da água sempre acima do meio.


Poderá ser adaptado, no começo da tubulação principal, um filtro simples, da “Cobra”, empregado em nebulização, trocando o miolo por tela fina (bobby).

Para a fertirrigação, usar o produto em caixa também elevada e com registro, conectando depois do registro geral para ter a saída independente.



Melhorias e novas experiências na montagem das iscas e armadilhas para o combate à mosca-da-fruta.

[Foto ilustrativa dos materiais utilizados para a montagem das iscas e das armadilhas para o combate à mosca-da-fruta]


A melhoria e as facilidades do depósito e da isca para as moscas das frutas chegaram ao depósito aberto e à isca sólida embalada na trouxinha.

Procuramos ficar livres da embalagem ou suporte: o depósito pode ser copo descartável, de café ou de água ou um potinho de iogurte, com barbante (ou não) para dependurar.

Para fixar o açúcar cristal ou mascavo, a cola branca, própria para madeira; e o inseticida líqüido (K-Otrine) ou o esterilizante sólido sulfato de cobre ou oxicloreto de cobre (Cuprogard 500).

Pesar antes o açúcar e o esterilizante, misturando-os e reservando à parte, sendo na proporção de 5%. Sobre duas mesas, dispor os copinhos de boca para cima; derramar cola branca “sujando o fundo”, mais ou menos meio milímetro, colocar o açúcar já misturado com 5% do esterilizante Cuprogard 500 até a metade do copinho; deixar passar a noite.

No dia seguinte, já estará endurecido e pronto; pendurar ou dependurar com cordão. Até mesmo o depósito pode ser dispensado. Aplicar a cola branca diretamente nos galhos externos, escolhendo os mais grossos e na horizontal, por cima o açúcar, ou então uma tira de pano de algodão ou pedaço de isopor ou algo semelhante.

A esterilização pelo cobre é temporária, só dura enquanto é fornecido / consumido. A única desvantagem é a falta de proteção às abelhas e contra elas, que podem depredar as iscas.

Pesquisando experimentalmente a entrada das abelhas (européias) no depósito fechado (garrafa do tipo pet), verificou-se que a abertura limite é de 4 (quatro) milímetros; sendo igual ou menor, a abelha não consegue entrar, e a mosca, sim.

O difícil não é a entrada da mosca, mas, sim, a sua saída. Foram tentadas as mais variadas modalidades, mas sem resultado. No depósito aberto, o trânsito é livre, então a solução seria impedir a entrada das abelhas.

Tal poderia acontecer com um depósito em canal aberto em 2 (dois) ou 3 (três) lados, só um fechado (o de cima, o teto), que protegeria da chuva e receberia o açúcar fixado com a cola branca; as aberturas seriam de 4 (quatro) milímetros.

No comércio existe a canaleta, usada pelos eletricistas para proteger os fios, passando um de cada lado das duas partes da canaleta (a de cima é a capa, que também é vendida isoladamente por unidade); a canaleta é vendida em barras de 2 (dois) metros ou as 2 (duas) partes, que entram uma na outra (um trilho) ou saliência. É branca e de plástico rígido.

Seria, então, cortada em pequenos pedaços de 4 (quatro) centímetros, usando as 2 (duas) partes isoladamente; cobrir com fita crepe, depois de pôr o açúcar fixado com a cola branca, livrando de açúcar 1 (um) centímetro de cada lado, porque a abelha é capaz de pegar alimento com a língua, sem entrar na abertura, até a profundidade de 1 (um) centímetro.

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Quem sou eu

Uberaba, Minas Gerais, Brazil
Engenheiro-agrônomo formado pela ESALQ-USP, de Piracicaba. Atualmente estou aposentado pelo IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária (Secretaria de Estado da Agricultura - Governo de Minas Gerais).