terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Evolução da luta AMA x MFs (moscas-das-frutas)











NESTA SEQÜÊNCIA DE 10 FOTOS, QUE DEVEM SER VISTAS DE BAIXO PARA CIMA, APRESENTO AS ARMADILHAS-DEPÓSITOS DE VENENO LÍQUIDO (GARRAFAS DO TIPO PET) E DE ISCAS (TROUXINHAS) PARA COMBATE À MOSCA-DA-FRUTA.

(Clicando em cima de cada foto, você poderá vê-la bastante ampliada, o que permite observar detalhes sobre as "mamadeiras" feitas de garrafas pet e sobre a trouxinha com iscas e o processo de montagem de ambas, que está explicado no texto abaixo)

ATENÇÃO: OS TEXTOS NA COR AZUL FUNCIONAM COMO SE FOSSEM LEGENDAS DAS FOTOS, OK?

A primeira imagem que vocês estão vendo aqui logo acima deste texto é a de uma laranja atacada pela mosca-da-fruta, uma praga que causa altos prejuízos à fruticultura brasileira e mundial. Resolvi enfrentá-la há muito tempo atrás, utilizando para isso as "mamadeiras" de garrafas pet e as trouxinhas contendo iscas de veneno, em apresentações que eu próprio desenvolvi, a partir de experiências de campo.

A segunda imagem, de baixo para cima, é a de uma garrafinha de guaraná caçula do tipo pet (ou pete), com uma "mamadeira" já pronta, na qual podem ser vistos os bicos feitos de cotonetes, conforme explico no texto abaixo.

Na sequência (sempre rolando o mouse de baixo para cima) , apresento o mesmo tipo de mamadeira, porém feita com uma garrafa de água mineral de 1 litro e 1/2. Minha experiência tem demonstrado que este é o modelo mais prático e de melhores resultados.
A quarta foto (na mesma seqüência) mostra uma mamadeira para a mosca-da-fruta feita a partir de uma garrafa de água sanitária de 1 (um) litro. Os resultados são equivalentes aos da garrafa de 1 litro e 1/2.

A quinta (idem) mostra uma mamadeira feita de garrafa pet com furos e bicos na parte inferior, que é bem mais difícil de se fazer, como explico no texto, porque o filme de poliéster do fundo é mais duro e complicado para se furar.

A sexta foto mostra os palinetes de algodão, que são cortados ao meio, em corte diagonal (em bisel), para que possam ser encaixados nos furinhos feitos com pregos de bitola 15.

A sétima foto mostra como se deve fazer a trouxinha: primeiro pega-se um tecido de voal e corta-se em quadrados de 15 x 15 cm (pode ser também um pouco maior, de 18 x 18 cm). Depois coloca-se as iscas, conforme formulação explicada abaixo. A oitava foto mostra a trouxinha já pronta.

A nona foto mostra à esquerda uma trouxinha já fechada e pronta para ser amarrada com um barbante fino e colocada dentro de um copo plástico comum de tamanho médio, que é furado ao fundo para que o barbante possa ser passado e, a seguir, o copo com a trouxinha é amarrado no galho da planta a ser protegida (foto 10, na seqüência).

A luta teve início com a minha transferência de Limeira (SP) para Uberaba (MG), no início dos anos 70 e a mudança da firma onde trabalhava (a Ultrafértil) para a Ciba-Geigy. A pesquisa por um "depósito" que facilitasse o combate teve início alguns anos antes, ainda na Ultrafértil e na cidade de Araraquara (SP), onde iniciei a minha carreira profissional depois de sair do Banco do Brasil em Sacramento (MG), onde era fiscal-visitador da Creai.

Foi para atender a uma exigência de um grande cliente em Araraquara (SP), comprador de Mirex, isca granulada (clorada) contra as formigas saúvas, que me deu o ultimato: "Não vou mais jogar fora o meu dinheiro no chão" (era assim que se usava e a chuva, obviamente, destruia as iscas).Daí nasceu o primeiro depósito para iscas (acho eu). Foi feito com uma lata vazia de óleo de motor, quase totalmente aberta, enfiando a tampa para dentro, enchendo com a isca e colocando no suporte, que era uma estaca fina de madeira, deixando passagem livre para as formigas que subiam e desciam pela estaca, fazendo "aquela festa".

A espécie de saúva em questão não era a capiguara ou das pastagens, que não sobe em árvore (no caso as plantações eram café e citrus), quando então se usava simplesmente uma garrafa deitada ao lado do carreador. O depósito mereceu um desenho e publicação no jornalzinho da Ultrafértil. Mas voltemos à evolução e às moscas.

1) O furinho

Com saquinho de plástico grosso, cheio com a isca da calda açucarada a 10%, mais o inseticida a 0,20 %, com um objeto duro dentro para não murchar à medida que for diminuindo a água. Deve ser muito bem amarrada com barbante fino (arame não serve). Não pode entrar ar. Deve-se deixar sobrando um pedaço de barbante para que o depósito possa ser pendurado. Fazer alguns furinhos no fundo com uma agulha de mão bem fina, enfiando-se só a pontinha. Experimentar o processo antes, para praticar, só com água pura e também antes de usar ou ir para o pomar. Deixar em casa de um dia para outro para verificar. Substituir a calda ou novo saquinho após mais ou menos 20 dias, devido à fermentação do açúcar (ou proteína hidrolisada), ou mesmo antes desse prazo, conforme o gasto.

Em lugar do saquinho de plástico pode-se usar garrafa pet (conforme fotos acima) , fazendo-se furinhos laterais no fundo com prego bitola 15; a tampa tem que ser bem apertada, para não entrar ar; os furinhos têm que ser no mesmo nível da horizontal ou com pouca diferença (na inclinação), que é também para não entrar ar.

2) Pavio

Processo que deixará de ser descrito por estar sendo atualmente patenteado no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) por um grupo (orgânicos) da ESALQ -- Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP -- Universidade de São Paulo, em Piracicaba. Faço apenas a citação e a data (1974), embora não importando quem tenha "inventado" primeiro.

3) Mamadeira

Os furos feitos lateralmente são mais recomendados, porque a parede da garrafa é mais fina e mais mole que no fundo (neste caso, o prego teria que ser batido com martelo). Fazer os furinhos no mesmo nível (com pequena variação) da horizontal. Enfiar nos furinhos os "bicos" da mamadeira que são feitos com cotonetes (palinetes de algodão cortados ao meio em bisel -- ou seja, de forma enviesada, na diagonal).

Para se enfiar os bicos é preciso forçar um pouco, alargando-se os furinhos com o prego, se for preciso. Primeiro, encher com água, para experimentar, de um dia para o outro, substituindo o bico que estiver vazando por outro cotonete ou, então, vedar o furinho). Importante: a tampinha da garrafa pet (pete) tem que ser muito bem apertada.

A isca é calda doce a 10% de açúcar e inseticida a 0,20%. Tem que trocar mais ou menos a cada 20 dias, por causa da fermentação do açúcar (com proteína hidrolisada dura mais tempo) ou então quando acabar (reposição) pelo uso e evaporação. Antes de levar para o campo, experimentar de um dia para o outro. Fazer o controle e monitoramento constante. Não se esquecer do barbante, para se pendurar a "mamadeira" nos galhos das árvores. Feita com garrafa de plástico do tipo pet ou pete (feitas de poliéster ou polietileno teraftalado, daí a origem da sigla que virou nome). Pode ser de qualquer tamanho, formato, espessura ou cor (o amarelo é atrativo para as moscas). São feitos alguns furinhos com prego bitola 15 (no máximo bitola 18 -- a bitola 21 não é recomendada por ser muito grossa).

4) Trouxinha

Feita com pedaços de voal, cortadas em quadrados de 15 x 15 cm ou 18 x 18 cm.Cada trouxinha é enchida com isca de açúcar cristal ou mascavo ou ainda rapadura ralada grossaou fatiada, 2 a 3 colheres + inseticida (20 gramas ou 20 ml. para 1 (um) quilo de açúcar. Juntar as quatro pontas e amarrar com ujm pedaço grande de barbante. A seguir, a ponta maior é enfiada em furinho feito num copo de plástico descartável tamanho médio. Virar de ponta-cabeça e puxar para fora, ficando a trouxinha encostada no fundo do copo plástico. Dar um nó na ponta do barbante que fica para fora do copo, para que a trouxinha não caia e pendurar uma trouxinha nos das plantas a serem protegidas.

A duração do produto dentro da trouxinha vai depender do ataque dos predadores, principalmente as abelhas (muito vorazes). A reposição é feita através da substituição por uma nova trouxinha, pois o custo é muito baixo. Também a área protegida não importa muito, pois o baixo custo permite até a proteção pé por pé nos pomares caseiros.

5) Alimentador
Ainda está em estudo e fase de testes.

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Quem sou eu

Uberaba, Minas Gerais, Brazil
Engenheiro-agrônomo formado pela ESALQ-USP, de Piracicaba. Atualmente estou aposentado pelo IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária (Secretaria de Estado da Agricultura - Governo de Minas Gerais).